MANUAL MEDICINA INTENSIVA PEDIÁTRICA (BRENDA REIS)

PARDS

Resumo das Diretrizes internacionais para o diagnóstico e tratamento da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo Pediátrico – PALICC-2

  • Suporte ventilatório invasivo:
    • Modo ventilatório: Não se pode fazer uma recomendação sobre o modo ventilatório específico preferido para pacientes com PARDS.
    • Volume corrente: Sugere-se volumes correntes fisiológicos entre 6 e 8 mL/kg em pacientes com PARDS em comparação com volumes correntes suprafisiológicos (>8 mL/kg). Volumes correntes abaixo de 6 mL/kg devem ser usados em pacientes, se necessário, para permanecer abaixo do platô sugerido e dos limites de pressão. Abaixo de 4 mL/kg devem ser usados com cautela.
    • Pressão de platô: Na ausência de medidas de pressão transpulmonar, sugerimos pressão de platô inspiratório menor ou igual a 28 cmH2O. Apressão de platô pode ser maior (29-32 cmH2O) para pacientes com complacência torácica reduzida.
    • Driving pressure: Sugere limitar a driving pressure a 15 cmH20 (medida em condições estáticas).
      -PEEP: Sugerimos que aPEEP seja titulada para oxigenação, hemodinâmica e complacência medidas em condições estáticas. Recomendamos que os níveis de PEEP sejam mantidos iguais ou acima da tabela PEEP inferior/FiO2 superior (em anexo)*. Ao ajustar os níveis de PEEP, é necessária atenção para evitar exceder a pressão de platô e/ou os limites de driving pressure.
      -Bundle: Sugerimos que seja usado um bundle de ventilação protetora pulmonar, que prioriza a manutenção de múltiplas configurações do ventilador dentro dos limites sugeridos.
  • Manobras de recrutamento: Não podemos sugerir a favor ou contra o uso de manobras de recrutamento em pacientes com PARDS. Manobras cuidadosas podem ser aplicadas na tentativa de melhorar a oxigenação por meio de passos lentos de PEP incrementais e decrementais. Manobras de insuflação sustentadas não são recomendadas.
  • VOAF: Não podemos fazer uma recomendação sobre se aventilação oscilatória de alta frequência (VOAF) deve ser usada em vez de a ventilação convencional. A VOAF pode ser considerada em pacientes com PARDS nos quais as metas ventilatórias não são alcançadas com uma estratégia de proteção pulmonar na VM convencional.
  • Sp02: Sugerimos que para PARDS leve/moderada, a SpO2 seja mantida entre 92% e 97%. Sugerimos que para PARDS graves, após otimizar a PEEP, Sp02 inferior a 92% possa ser aceito para reduzir a exposição a FiO2. A exposição prolongada a alvos de Sp02 hipoxêmicos (<88%) ou elevados (>97%) deve ser evitada durante a suplementação de oxigênio.
  • pH: Sugerimos manter a hipercapnia permissiva (até um limite inferiorde pH 7,2) em pacientes com PARDS para permanecer dentro das faixas de pressão e volume corrente previamente recomendadas. As exceções à hipercapnia permissiva incluem, mas não estão limitadas ahipertensão intracraniana, hipertensão pulmonar grave, cardiopatias congênitas, instabilidade hemodinâmica e disfunção ventricular significativa.
  • Bicarbonato: Sugerimos contra o uso rotineiro de suplementação de bicarbonato. Sua administração pode ser considerada em situações em que a acidose metabólica grave ou hipertensão pulmonar afetem adversamente a função cardíaca ou a estabilidade hemodinâmica.
  • Tubo endotraqueal: Tubos endotraqueais com balonete devem ser usados ao ventilar um paciente com PARDS.
  • Óxido nítrico inalado: Sugerimos contra o uso rotineiro de óxido nítrico inalado. Pode haver benefício clínico apenas em alguns fenótipos, como pacientes com hipertensão pulmonar documentada ou disfunção grave do ventrículo direito. Além disso, o óxido nitrico inalatório pode ser considerado em pacientes com PARDS grave como resgate ou ponte para suporte extracorpóreo.
    • Quando utilizado, a avaliação do beneficio deve ser avaliado nas primeiras 4 horas e em série, para minimizar a toxicidade.
  • Surfactante: Sugerimos contra o uso rotineiro da terapia com surfactante na PARDS.
  • Posição prona: Não há dados suficientes para apoiar ou refutar o uso da posição prona em pacientes com PARDS. O uso da posição prona pode ser considerado em pacientes com PARDS e hipoxemia que não respondem a outras intervenções. Não podemos fazer recomendações sobre a duração da posição prona.
  • Aspiração endotraqueal: Em pacientes intubados com PARDS, deve-se manter vias aéreas desobstruidas, aspirando com cautela, para minimizar o risco de desrecrutamento. Não podemos fazer uma recomendação sobre o uso de sistema de sucção fechado versus sistema de sucção aberto.
  • Instilação de solução salina endotraqueal: Ainstilação de solução salina isotônica antes da aspiração endotraqueal não deve ser utilizada de forma rotineira em pacientes com PARDS. Pode ser considerada para lavagem para remover secreções espessas e tenazes.
  • Fisioterapia: Não podemos fazer recomendação sobre o uso de métodos específicos de desobstrução das vias aéreas (como fisioterapia respiratória e mucolíticos) em pacientes com PARDS.
  • Corticosteroides: Sugerimos contra ouso rotineiro de corticosteroides em pacientes com PARDS. Pode haver algum beneficio em pacientes com PARDS causada por síndrome respiratória aguda grave por coronavirus.